06 setembro, 2008

Óbito

Este blog está morto.

Mudei pra cá: http://verdadesejadita.wordpress.com.

:)

05 junho, 2008

Constatação

Não pretendo escrever aqui tão cedo.

15 janeiro, 2008

Retrospectiva 2005

Antes da foto e do texto uma pequena observação: Ambos foram retirados do meu falecido fotolog - http://www.fotolog.com/gabriellage - Por motivos desconhecidos por mim mesmo, acho que gosto da foto, ou do texto, ou da época, resolvi republicá-los aqui. Claro que revisei o texto, em praticamente três anos finalmente aprendi alguma coisa sobre redação. Na verdade é apenas um empurrão para que o texto que está preso em algum lugar obscuro da minha mente saia com mais facilidade.


Durante o último ano na faculdade me envolvi em um projeto de uma ONG que consistia em dar aulas de português em escolas de comunidades carentes. No meu caso era o Colégio Ester Bandeira Coelho, que fica em uma rua não pavimentada, cujo nome eu não sei até hoje, que tem acesso à Avenida Júlio César. Dei aulas durante oito manhãs de sábado, e o que era "engraçado" é que, para chegar à escola, era necessário passar por cima de um canal. No primeiro dia achei bastante estranho não ter nenhum meio aparente de atravessar o dito cujo, até que vi alguém passando por cima de uma "ponte", que não passava de uma barra de concreto com uns 40 centímetros de largura no máximo, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo, respirei fundo e encarei. Apesar das, aproximadamente, dezesseis vezes que tive que ir e voltar por cima do canal, nunca o fiz com total confiança, certa vez cheguei até a sonhar que caía da maldita “ponte”. Dessa época só guardei a vontade de um dia chegar a ser professor de qualquer coisa que não seja português, e o alívio de não ter que passar por cima da “ponte” nunca mais.

04 janeiro, 2008

É bom... mas é melhor ainda...

É bom viver um dia livre, sem grandes expectativas. Melhor ainda é a sensação de cansaço, do dever cumprido.
É bom ter um pouco de luxo. Melhor ainda é viver de forma simples, quase ordinária.
É bom ter a expectativa de uma nova paixão. Melhor ainda é quando os acontecimentos superam qualquer expectativa.
É bom fazer planos. Melhor ainda é não saber do dia de amanhã e se sentir extraordinariamente bem com isso.
É bom saber que a felicidade esta do outro lado da porta. Melhor ainda é saber que ela espera pacientemente que a porta seja destrancada.
É bom ter fé. Melhor ainda é a certeza de que uma força maior atua sobre nós, mesmo sem entender muito bem como isso funciona.
É bom voltar para casa. Melhor ainda é ver a cidade em que se nasceu bem pequenina, lá longe, e vê-la ir crescendo aos poucos, conforme o avião se aproxima.
É bom, às vezes, olhar em volta e se ver sozinho. Melhor ainda é fechar os olhos e saber que em pouco tempo se vai estar entre os seus.
É bom se sentir feliz. Melhor ainda é se sentir feliz, sem se importar com um sol escaldante sobre cabeça.
É bom fazer planos para o novo ano que começa. Melhor ainda é saber que as mudanças planejadas para ele poderiam ter sido executadas em qualquer hora, qualquer dia, qualquer época.

01 dezembro, 2007

Por favor *

Por favor, não me deixe ficar velho. Não me deixe ficar doente, e menos ainda estúpido. Não deixe o cotidiano, a rotina e a mesmice do dia-a-dia me tirarem a coragem, a criatividade e a ousadia.

Faça com que o tempo me torne ainda mais desperto. Não embace minha memória e nem atrase meu pensamento.

Por favor, não me faça ficar só. Cuide dos meus amigos e dos meus amores, faça com que os primeiros nunca me deixem e com que os segundos nunca parem de entrar e sair da minha vida.

Faça-me cada vez mais bravo. Para que eu possa enfrentar os obstáculos que me aparecem e vencer todas as batalhas que preciso travar, principalmente as internas, contra mim mesmo.

Por favor, faça-me, um dia, entender a beleza de olhar para a lua. Se possível for, faça com que eu consiga isto ao lado da mesma pessoa por muito tempo.

Eu sei que é difícil, mas faça com que as pessoas não percam seu colorido tão rápido quanto elas têm perdido.

E, por favor, não me deixe ficar velho.

* Inspirado em: Warren Zevon - Don't let us get sick

22 novembro, 2007

Eu confesso...

Eu confesso que, quando criança, afrouxei a tampa dos saleiros de praticamente todos os restaurantes que meus pais me levavam, afrouxei também a tampa do recipiente de sabão líquido de muitos banheiros, principalmente os da sede campestre da Assembléia Paraense. Nessa mesma época, “pegava” muito chocolate nas prateleiras das Lojas Americanas, ao lado do Cinema Olímpia.

Confesso também que a primeira vez que matei aula foi entre 1988 e 1990, na Gessy’s da Avenida Serzedelo Corrêa. Pedi para ir ao banheiro, arrumei meus livros naquela sacolinha branca e fui me sentar em uma cadeira ao lado da recepcionista, que deve ter achado muito normal, pois não me perguntou nada durante os 45 minutos que fiquei esperando minha mãe me pegar. Também por volta desse período, confesso joguei um tijolo na vidraça de uma casa próxima à Avenida Benjamin Constant, em minha defesa alego que estava escuro e meu amigo Nadim havia me dito que a janela estava aberta.

Confesso que fui eu quem jogou aquela carga de caneta no ventilador de teto da quarta série no Colégio Kennedy, deixando praticamente todos os alunos, inclusive eu, salpicados de tinta vermelha. Também confesso que já passei muito trote por telefone, a maioria foi para números aleatórios, mas alguns conhecidos também não escaparam.

Quando eu estava no segundo grau, no Colégio Moderno, confesso que a idéia de subir em uma escada e jogar o lixo em cima de uns garotos que estavam jogando bola foi minha, mas meu amigo Gerson entendeu errado e, junto com o lixo, jogou a lixeira, que era enorme. Dito isto, não assumo a autoria intelectual de nenhuma das outras coisas, não menos erradas, feitas pela minha turma.

Confesso que na virada do ano de 2003 para 2004 misturei tanta vodka com whisky que, no final da noite, meu amigo Marcus teve que me levar para tomar glicose. Infelizmente não estava em condições de me lembrar em qual hospital fomos, para jamais pisar lá novamente.

Confesso que já menti; que já confundi atração com paixão e paixão com amor; que já ofereci minha amizade para que não merecia e depois me arrependi; que já investi tudo em uma paixão que sabia que não ia dar certo e sofri as consequências disso; que disse que ia ligar e não liguei, mas também jurei para mim mesmo que não ia ligar e liguei.

Confesso que ri muito à medida que fui me lembrando desses pequenos e grandes erros do meu passado. Confesso que omiti os mais pesados e enfeitei os mais sem-graças. Confesso também que já errei bastante e pretendo continuar por muito tempo assim.

Errando e aprendendo e errando e vivendo e errando.

12 novembro, 2007

Hoje pensei em nós

Hoje pensei em nós, lembrei da noite, do frio e dos risos. No meio daquela gente estranha, ao som daquela música terrível e do insuportável cheiro de cigarro, não sei porquê, mas pensei em nós. Lembrei do teu riso, da noite fria, da cerveja gelada e dos beijos, mal me lembro dos beijos, sabia? Pra quê tanta cerveja, meu Deus? Quantas foram? Não me lembro. Lembro, sim, da imensa alegria que senti, alegria de criança quando ganha brinquedo novo, alegria de quem consegue chegar ao topo da montanha mais alta, alegria de quem almeja e realiza o impossível, foi o que senti naquelas horas, disso eu não esqueço. Ainda naquele restinho de madrugada eu não conseguia acreditar no que tinha acontecido, no fundo eu sabia que jamais se repetiria, mas, sozinho, fiz planos para nós. Nos dias seguintes eu sofri, chorei e me tratei mal, senti vergonha de você e acho até que te pedi desculpas, ou não? Planejei te conquistar com promessas e palavras, mas, nem lembro porquê, desisti. Passaram-se os dias, as semanas e os meses, eu fui embora, você foi embora, você voltou, eu voltei, você foi embora de novo, e eu fiquei, aqui, onde tudo começou e acabou em uma noite apenas. Depois de tanto tempo, quanto? Um ano? Já? Eu tentei e falhei tanto que perdi a fé, não sei porquê, mas ninguém conseguiu ocupar o seu lugar. Sofri e fiz sofrer muito, e não consegui te substituir. Vou vivendo assim, apenas com as lembranças. Às vezes eu nem lembro, mas, não sei por qual motivo, hoje pensei em nós.